sexta-feira, 12 de março de 2010

Yin Yang



No início, era apenas um ser. Os dois deuses presentes num só corpo e numa só entidade moviam os céus e a Terra.
Ao aposentar, o Empíreo Decripto Céu tinha lhes conferido poder supremo.
Todas as forças e energias eram voltadas à mansuetude dos Grandes Deuses presentes em um só corpo e em uma só sintonia.

(...)
Naquele dia houve um conflito, para a surpresa de todos. Pela primeira vez, as forças começaram a sair da Sintonia Constante.
Logo após o fato, as energias das dos dois Grandes Deuses conflitavam-se constantemente.

(...)
Inesperadamente, após um período de conflitos constantes, houve o dia da grande separação. Não mais existente nenhuma sequer sintonia, o Empíreo Decripto Céu acordou de seu sono e separou as duas forças.
À força-primeira deu o nome de Sol. Ao Sol, o Empíreo Decripto Céu concedeu a energia do conhecimento e o qualificou como ‘Guardião’.
À força-segunda deu o nome de Lua. À Lua, o Empíreo Decripto Céu concedeu a energia da sabedoria e a qualificou como ‘Rainha’.
Para que as energias nunca mais se unificassem, o Empíreo Decripto Céu criou dois grandes espaços: o Dia e a Noite. Ao Guardião, confiou o Dia, e à Rainha, confiou a Noite.
A partir de então, as duas forças encontravam-se separadas e sozinhas.

(...)
Ao longo do tempo, Sol e Lua: o Guardião e a Rainha aprenderam a esquecer a mutualidade e passaram a viver por si só.
Quando o Guardião se põe a dormir e recolhe o Dia consigo, a Rainha aparece laureada pela Noite.
E quando o Guardião alimenta as ocultas e famintas lembranças do amor passado, se põe a chorar, e então a Terra vê de longe a sua Chuva-Tristeza. Rude e orgulhoso, logo trata de pintar um belo arco colorido no Empíreo e convocar seus servos pássaros para fingir que não sente saudades.
A Rainha, sábia e alquimista, quando recorda do amor passado, chora verdadeiramente suas saudades. Ela não trata de pintar arcos coloridos e ocultar seus sentimentos, apenas guarda-se no interior de sua escuridão e ordena às filhas estrelas para que se coloquem a dormir.
Quando, às vezes,se encontra míope no Véu Noite, a Lua não se identifica ao certo e sai vagar. Por algumas raras vezes, ela encontra as portas do Dia e avista os raios do Guardião. A Terra, nesses instantes, aplaude sadicamente o rastro negro deixado pela Lua nos olhos do Dia. A Rainha, assustada, logo puxa a longa cauda do Véu Noite e volta para seu devido lugar.
Ainda hoje a Terra espera o Grande Reencontro, tão aguardado por todos, até mesmo pelos Deuses, que subliminarmente anseiam a volta dos tempos em que amavam a paixão.

G' Stresser.

Um comentário:

liberdades saborosas