Walking gets too boring when you learn how to fly. (Isabel Mebarak)
Há quatro anos e quatro horas atrás, o destino resolveu findar o vôo Gol 1907 antes da hora esperada, levando Gregório consigo.
Dois anos, onze meses e seis dias depois, o mesmo destino resolveu levar a esposa de Gregório para seu encontro.
Sim, estou chorando. E também sentindo algo muito extremo e diferente. Minhas mãos estão um pouco atordoadas, minha letra sai horrível.
Após o acidente com seu marido, eu pensei que ela nunca mais fosse dar sua sadia gargalhada, mas bravamente ela lutou contra a morte de vida que a permeava: decidiu ser mais forte.
Sabe, minha madrinha, eu já chorei demais por sua falta. Já senti a pior amargura da minha vida com suas lembranças. Já senti sua presença duas vezes. Já imaginei vê-la, ouvi-la, sentir seu afago.
Mas até parece que morrer fica leve como uma pena pra você. Morrer é apenas um momento, foi apenas um instante. Tudo acabou, mas acabou num segundo.
Na verdade, sua morte foi para mim um exponencial de lembranças para a equação de saudades que eu já sentia por você, antes de tudo.
Na verdade, não compensa chorar, não compensa escrever, não compensa nem morrer. Afinal de contas,
Caminhar fica tão chato quando se aprende a voar, não é?!
G' Stresser.