sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vanilla Twilight.



Porque, afinal, quanto maior o equilíbrio, menor a insensatez.

Não sei ao certo se estou bem, acho que não, me sinto numa carência por equilíbrio, talvez precise de uma dose muito forte de crepúsculo de baunilha. Boa noite, ao som de Vanilla Twilight.
Às vezes a vida dá voltas demais em um curto espaço de tempo. A gravidade parece então estar nula, e imaginamos voar. Um erro, porque quando tudo volta ao seu devido lugar – caro equilíbrio – podemos perceber que tudo não passou de momento.
Tempo, confusão, gravidade, equilíbrio, amor, vida, rotina. Tudo é muito confuso, ou talvez quem esteja confuso seja mesmo eu, que não encontro outro caminho a não ser o das perguntas sem respostas.
Sinto um pouco de repulsa de mim, talvez seja só mais uma fase. Mas é pensar em fases e viver em conseqüência e espera delas que causa essa ojeriza.
Agora vou ignorar todos os meus pensamentos em busca de um silêncio que me faça dormir. Afinal de contas, a que ponto quero chegar? Argh.







G' Stresser.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sincronicidade




O fim do filme é o nada das estrelas.
Estrelas são ciganos distantes de nós.
Ciganos são sábios colecionadores de movimentos.
Movimentos são os andarilhos do vento.
Vento é o dançarino da noite.
Noite é o quadro negro da Lua.
A Lua é a grande mãe das lembranças e saudades.
Saudades são convites da solidão.
Solidão é o combustível das lágrimas.
Lágrimas são pequenas chuvas de sabedoria.
Sabedoria é uma velha senhora, mãe da felicidade.
Felicidade é quando a alma decide sorrir.
Alma é um conjunto de mistérios em desarmonia.
Mistérios são as vestimentas da natureza.
Natureza é a mais doce das verdades.
Verdades são jovens castas que vão para o céu.
Céu é o sacrário da fé.
Fé é a capacidade de crer no infinito.
Infinito é o paradoxo da morte.
Morte é o começo da vida.
Vida é uma sessão de cinema na qual ninguém pode prever o fim do filme.










G’ Stresser.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Monge Sendo Tentando



"Do sarro, a risada e o cigarro, as juras à noite de um monge pra sempre. Usa do pão e do vinho pra Ressureição, do seu corpo pra mente." (Maria Gadú)


O local onde habitava reproduzia exatamente a sua face misteriosa. Eram grandes muralhas edificadas sobre um monte alto e inacessível, assim como a figura totalmente oculta dos monges dali.
Ele permanecia parado; entoava Magnificat, a prece da Anunciação da Virgem Maria. Não ousava nenhum movimento corporal. Sua atenção voltava-se excepcionalmente ao seu Deus íntimo e particular, o Deus dos monastérios.
Sua razão lutava sutilmente contra o ser que lhe chamava a atenção. Ele sentia um calor um pouco frio, um cheiro amargo de fumaça.
Pelo pouco que pôde perceber,viu que o ser se apresentava como uma mulher alta, um vestido ardentemente vermelho e uma voz sussurrada, irônica, branda. Ela tinha cabelos longos; suas unhas eram sujas; sua pele, branca. Seu seio estava à mostra.
O coração do monge estava levemente acelerado e sua razão buscava a força para proteger-se em seu estado mais interno e frio.
Era uma tentação, um pedido que gritava para ser correspondido, uma farsa, uma armadilha, uma oferta de um mundo supostamente bom, o mundo-por-trás-das-muralhas.
Quando se deu conta, o monge perdera-se em sua oração, não conseguia voltar à sua conexão com seu Deus.
- “Ces’t Fini”. – disse o Diabo, sempre precipitado.









G’ Stresser.