quarta-feira, 7 de setembro de 2011



(Ao sentimento mais sábio e profano.)

Que ele me arrebente, estupre-me, que seja eterno enquanto dure e dure pelos séculos de um tempo só. Que não avise quando chegar, que me faça acreditar em tudo e em todos, que me vista com suas vendas de cetim, que me cegue de todos os males e aproxime de mim o teu cálice. Que me escorra teu sangue branco nos momentos de paz e o vermelho ardente, quente e perigoso nas demais ocasiões. Que me traga o prazer, a sujeira, a santidade, que trague-me como se fosse o último pito, que leve-me como se fosse seu único filho.
Que me adote, me sustente, me enobreça e me cure de qualquer praga. Que seja meu deus, meu eu, meu mais feroz animal de estimação. Que me invada por inteiro e não deixe pegadas. Que me lave no teu puro suor, teu sublime salteado, que me entoe as cantigas de ninar e que eu durma em teu leito, teu peito, teu mais quente sufoco. Que sufoque-me, alente-me, amaine-me. Que venha com todas as forças, as crenças, que eu cresça contigo e seja teu mais bondoso criado.
Que nos unamos; e que, inconsequentemente, sejamos um só.

Que me inunde: o Amor.

4 comentários:

  1. Quantas ordens! Acho que, como seus imperativos bem colocaram, não há outra palavra que melhor descreva o amor do que agridoce.

    Bom texto!

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito texto ein!
    Adorei seu espaço,não consegui seguir agora, mas volto depois tá? (:
    Segue tbm? ^^

    Otimo Fim de Semana pra voc! :*

    ResponderExcluir

liberdades saborosas