domingo, 10 de outubro de 2010


Meu Eu-Lírico, quando quer chegar, me arranha, me rasga em sete partes. Eu cedo com toda a submissão que há no mundo. E pronto, ele me encarna, simples e feroz assim. “E toda vez que vier, felicidade vai trazer. A cada vez que quiser, basta a gente querer. Ser desta vez a melhor.” Ao som de Móveis Coloniais de Acaju, boa noite.







Numa mistura de tudo o que há no mundo, deixo que meu Eu-Lírico tome conta de vez e agora me retiro. Está na hora de gritar angústias.
Hoje começa meu novo ciclo, minhas mudanças mais profundas. Está na hora de varrer o que há de escondido no fundo do último tapete da última sala da minha vida. Está na hora da hora, do novo e retrocesso começo.

Há um ano, eu usava um espelho e ele não me agradava muito. Todos os dias, eu via a mesma coisa, o mesmo rosto projetado num acervo completamente monótono e, convenhamos, feio demais.

Decidi então quebrá-lo em sete dúzias de partes. Com ajuda de alguns materiais que me apareceram no meu caminho, transformei-o num belo mosaico.

Sem o espelho, eu não podia mais pentear meu cabelo. Mas na verdade eu sabia que não precisava disso, com o eterno perdão da palavra, que tudo se foda em quinhentos estouros, inclusive meu cabelo. Sabe que esse espelho até me pediu um nome?!

Sim, eu o batizei. Aqui ele está hoje, o meu espelho, o Espelho-Eu. Cordiais saudações, Senhor Espelho G’ Stresser.







“Do que é ruim eu me esqueço, o bom eu quero mais. Da tristeza eu quero o avesso, agora quero paz. Saiba que todo fim é um recomeço, pra nossa vida eu quero amor, o resto eu desonheço. Tudo que é bom ou ruim, não faz mais diferença.”

3 comentários:

  1. Muito lindo teu texto. Me fez refletir sobre aquilo que me aprisiona no meu espelho. Também gostaria de quebrá-lo em milhões de pedaços. rsrs

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  2. Muitoo, muitooo bom!
    nem preciso dizer.. que a cada dia vc consegue tornar-se mais e mais fantástico, né?! s2'

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liberdades saborosas