quarta-feira, 14 de abril de 2010

Decidi trocar meu amor por um quilo de bisteca


Decidi trocar meu amor por um quilo de bisteca. Decidi, enfim, me deixar por fazer, me tornar substrato. Sobrepujar-me diante dos olhos dos outros, fazer-me artista circense e viajante. Decidi poder atormentar minha imaginação até que ela se canse e me faça dormir. Decidi fluir, gritar até me sentir leve a ponto de ser carregado pelo vento. (Aí então, poderei me refugiar no céu e me alimentar apenas de nuvens. Viver da anorexia do existir, apenas saturar-me de gula pelo pensar.) Decidi chamar “panela” de JUPOQÜÍVELA e “paralelepípedo” de GRITAL. Decidi inventar um relógio com letras e estar convicto que o mundo nasceu de uma bolha de sabão. Decidi desprezar churros, me alimentar apenas (se me alimentar, claro) de pamonhas com queijo Vacherin Mont-d’Or. Decidi fazer meu sol acordar às três e quarenta da tarde. Decidi matar a Lua e enterrá-la no céu. Decidi respirar Einstênio. Depois de fazer uma faculdade, decidi me casar e viver na Terra do Nunca ou então no País das Maravilhas, (apesar de minha mãe insistir para que fique por aqui mesmo) lá existem seres devidamente racionais. Decidi avisar quando cansar de viver, para que todos possam saber. Ah, sabe o que decidi agora? Decidi que não vou mais trocar meu amor por um quilo de bisteca, porque sou vegetariano.










G' Stresser.

Um comentário:

liberdades saborosas