quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pertinácia.


“ De repente, Ele condicionou-se em um profundo estado de dominação e resolveu acabar com toda a água que emanava no Espaço no Qual Exercia Domínio.
Os seres dominados viram-se tomados pelas forças da sede. Os seres pertinentes, por sua vez, apenas viram-se num espaço com ausência de água.
Noutro momento, Ele decidiu apagar toda a luz existente no Espaço no Qual Exercia Domínio.
Os seres dominados viram-se tomados pelas forças das sombras. Os seres pertinentes, por sua vez, apenas viram-se num espaço com ausência de luz.
Pilheriamente, Ele resolveu acabar com toda e qualquer forma de sentimento existente no Espaço no Qual Exercia Domínio.
Neste momento Ele pôde perceber que os seres dominados encontravam-se num profundo estado de desgraça. Os seres pertinentes, por sua vez, encontravam-se num profundo estado de resistência.
Vendo isso, fez com que aos seres dominados fossem voltadas as forças das luzes para que pudessem ver, das águas para que pudessem beber e das emoções para que pudessem sentir. Aos seres pertinentes não foram devolvidas as forças.


(...)

Quando o fim estava por vir, os seres dominados já haviam matado a sede, voltado a enxergar e sentir. Puderam perceber que não poderiam viver sem a luz: a matéria que podia iluminar o meio que viviam; a água: a essência física de toda forma de vida; as emoções: a essência moral de toda forma de vida. Mais que isso: não poderiam viver sem Ele, a fonte da vida. As forças só poderiam ser controladas e emanadas ao Espaço no Qual Exercia Domínio por meio da vontade e da ordem de Ele.
Os seres pertinentes, por sua vez, puderam perceber que a água é apenas matéria . As emoções são sonhos, valores são desprezíveis. Sentir, segundo os pertinentes, é sonhar, criar ilusões. A luz?! A luz era o próprio poder da mente. Pertinentes não necessitavam de luz. Eles se auto-iluminavam.
Os pertinentes descobriram que dentro de cada ser havia um grande Ele que emanava todas as forças para que se existisse a vida. O sentido da vida partia, enfim, de dentro do ser. O meio externo e suas forças eram irrelevantes.

(...)




E quando o fim chegou, levou consigo os dominados, que adoravam a Ele até o ultimo instante. Levou também as forças que os alimentavam.
Ele, agora, passava a ser dominado, pois outros grandes Eles exerciam maior domínio sob o Espaço, afinal de contas,



‘Aquilo a que você resiste, persiste.’”






G’ Stresser.

2 comentários:

liberdades saborosas